Depressão: o que é, causas, sintomas e como tratar
A depressão é um dos problemas de saúde mental mais comuns no mundo e acompanha a humanidade por toda a sua história. Considerada o “mal do século” pela Organização Mundial da Saúde, ela ainda é um desafio para médicos e pacientes.
Ela é uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. Os quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves. Além disso, ela também pode atingir crianças e adolescentes.
Por isso, é essencial conhecer as causas, como identificar os sintomas e saber como procurar ajuda para este problema tão grave. Confira tudo isso no artigo abaixo.
O que é a depressão?
A depressão é um distúrbio afetivo, que atinge o emocional da pessoa, caracterizada pela perda ou diminuição de interesse e prazer pela vida, gerando angústia e prostração, algumas vezes sem um motivo evidente.
O desânimo sem fim é fruto de desequilíbrios na bioquímica cerebral, como a diminuição na oferta de neurotransmissores como a serotonina, ligada à sensação de bem-estar.
Hoje se sabe que a depressão não promove apenas uma sensação de infelicidade crônica, mas incita alterações fisiológicas, como baixas no sistema imune e o aumento de processos inflamatórios. Por essas e outras, já figura como um fator de risco para condições como as doenças cardiovasculares, por exemplo. Entenda melhor no próximo tópico.
Quais os sintomas da depressão?
O indivíduo passa apresentar tristeza profunda, falta de apetite, de ânimo e perda de interesse generalizado. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa auto-estima, que aparecem com freqüência e podem combinar-se entre si.
A doença provoca ainda ausência de prazer em coisas que antes faziam bem e grande oscilação de humor e pensamentos, que podem culminar em comportamentos e atos suicidas.
Como mencionado, a depressão também incita alterações fisiológicas no corpo, sendo porta de entrada para outras doenças. Pessoas acometidas por depressão podem, além da sensação de infelicidade crônica e prostração, apresentar baixas no sistema de imunidade e maiores episódios de problemas inflamatórios e infecciosos. A depressão, dependendo da gravidade, pode desencadear, também, doenças cardiovasculares, como infarto, AVC e hipertensão.
É importante ainda distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas etc.
Diante das adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes, mas encontram uma forma de superá-las. Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente.
Em resumo, os sintomas que devem chamar atenção e que podem significar um quadro de depressão são:
- Cansaço extremo;
- fraqueza;
- Irritabilidade;
- angústia;
- ansiedade exacerbada;
- baixa autoestima;
- insônia (ou sono de má qualidade);
- falta de interesse por atividades que antes davam prazer;
- pensamentos pessimistas;
- pensamentos frequentes sobre a morte;
- comportamentos compulsivos;
- dificuldade para se concentrar;
- problemas ou disfunções sexuais;
- sensação de impotência ou incapacidade para os afazeres do dia a dia.
Quais são as causas da depressão?
A depressão é um transtorno psiquiátrico que pode atingir pessoas de qualquer faixa etária e qualquer sexo. Sabe-se que o desânimo e os demais sintomas da doença são provocados por desequilíbrios cerebrais, com a diminuição de neurotransmissores como a serotonina, hormônio ligado à sensação de prazer e bem-estar.
Porém, existem alguns fatores de risco que podem auxiliar no desenvolvimento da depressão. São eles:
- Histórico familiar;
- Transtornos psiquiátricos correlatos;
- Estresse crônico;
- ansiedade crônica;
- disfunções hormonais;
- excesso de peso;
- sedentarismo e dieta desregrada;
- vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas);
- uso excessivo de internet e redes sociais;
- traumas físicos ou psicológicos;
- pancadas na cabeça;
- problemas cardíacos;
- enxaqueca crônica;
Prevenção da depressão
A melhor forma de prevenir a depressão é cuidando da mente e do corpo, com alimentação saudável e prática de atividades físicas regulares. Saber lidar com o estresse e compartilhar os problemas com amigos ou familiares é outra alternativa, que pode ser aliada à prática de alguma atividade integrativa e complementar, como yoga, por exemplo.
Ajudam a prevenir a depressão também, a leitura, aprender coisas novas, ter hobbies, viajar e se divertir. Essas práticas mantém a cabeça ativa e a ocupam com pensamentos positivos.
Como é feito o diagnóstico de depressão?
O diagnóstico da depressão é clínico e toma como base os sintomas descritos e a história de vida do paciente. Além de espírito deprimido e da perda de interesse e prazer para realizar a maioria das atividades durante pelo menos duas semanas, a pessoa deve apresentar também de quatro a cinco dos sintomas supracitados.
Como o estado depressivo pode ser um sintoma secundário a várias doenças, sempre é importante estabelecer o diagnóstico diferencial.
Qual o tratamento da depressão?
Depressão é uma doença que exige acompanhamento médico sistemático. Quadros leves costumam responder bem ao tratamento psicoterápico. Nos outros mais graves e com reflexo negativo sobre a vida afetiva, familiar e profissional e em sociedade, a indicação é o uso de antidepressivos com o objetivo de tirar a pessoa da crise.
Existem vários grupos desses medicamentos que não causam dependência. Apesar do tempo que levam para produzir efeito (por volta de duas a quatro semanas) e das desvantagens de alguns efeitos colaterais que podem ocorrer, a prescrição deve ser mantida, às vezes, por toda a vida, para evitar recaídas. Há casos de depressão que exigem a associação de outras classes de medicamentos – os ansiolíticos e os antipsicóticos, por exemplo – para obter o efeito necessário.
Associados à psicoterapia, os medicamentos alcançam ainda um efeito ainda melhor. Em todos os casos, exercícios físicos e alimentação saudável são sempre recomendados..
Quebrando preconceitos
Depressão é uma doença como qualquer outra. Não é sinal de loucura, nem de preguiça e nem de irresponsabilidade. Se você anda desanimado, tristonho, e acha que a vida perdeu a graça, procure assistência médica. O diagnóstico precoce é o melhor caminho para colocar a vida nos eixos outra vez.
Depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida: na infância, adolescência, maturidade e velhice. Os sintomas podem variar conforme o caso. Nas crianças, muitas vezes são erroneamente atribuídos a características da personalidade e nos idosos, ao desgaste próprio dos anos vividos.
A família dos portadores de depressão precisa manter-se informada sobre a doença, suas características, sintomas e riscos.
O que jamais dizer para pessoas que estão em depressão
- Você está exagerando, não é tal mal assim.
- Todos temos problemas, você precisa reagir.
- Sei o que você está passando, já me senti assim também.
- Você precisa tomar o controle da situação e melhorar de uma vez.
- Melhorar depende apenas de você. Basta querer.
- Reaja! A vida continua.
- Você está sendo egoísta.
O que deve ser dito para pessoas em depressão
- Estou aqui para o que precisar.
- Você não está sozinho(a).
- Não é culpa sua.
- O que eu posso fazer por você?
- Está precisando de algo?
- Vamos conversar?
- Em que você está pensando?
- Eu te amo.
- Muitas vezes o silêncio também é fundamental.
- Seja sempre presente e jamais cobre nada da pessoa.
Auxílio na TBI
Se você reconheceu em sim ou em algum colega de trabalho pontos apontados pelo artigo, saiba que na TBI temos um médico a disposição dos funcionários, apto para auxiliar no diagnóstico e pronto para prestar suporte em todo o processo de tratamento.
Contar com apoio é essencial para superar esta doença, que é tão comum quanto qualquer outra e pode ser tratada, devolvendo ao indivíduo sua aptidão física e mental.